novembro 18, 2014

E O BRASIL PEDE, COM VOZ TRÊMULA E ASSUSTADA: "QUERO MEU DINHEIRO DE VOLTA! QUERO MEU DINHEIRO DE VOLTA!"

Os jornais de hoje trazem um número assustador - para dizer o mínimo. Um contrato de uma empreiteira - a Odebrecht - com a Petrobrás estava orçado em 825 milhões de dólares. Depois das denúncias de superfaturamento, o orçamento caiu para 481 milhões. Ou seja: 344 milhões de dólares eram superfaturados.
Todas, todas, todas as grandes empreiteiras estão envolvidas neste maga-escândalo. Não é novidade, todo mundo já cansou de saber: empreiteiras estão envolvidas em 99,8% de escândalos em que há dinheiro público. Sempre estiveram. O Grande Festival de Superfaturamentos parece que nunca saiu de cartaz.
( Nem faz tanto tempo: fiz uma longa entrevista com o senador Pedro Simon, em Brasília. Lá pelas tantas, ele lamentou, com aquele ar dramático: todas as tentativas de criar uma CPI de verdade - capaz de fazer uma grande devassa nos contratos de empreiteiras com os governos - eram sistematicamente barradas pelo Congresso. Não por acaso, é claro, as empreiteiras derramam, historicamente, bilhões de reais financiando campanhas eleitorais em todos os níveis ).


Uma pergunta fica no ar: quem confia, hoje, na lisura das centenas, milhares de contratos firmados entre empreiteiras e governos?
Nunca seria tarde para começar uma devassa histórica. O Brasil economizaria bilhões de dólares. Ou seriam trilhões?
O certo é que - lastimavelmente - esses contratos milionários são tão confiáveis quanto uma nota de três reais. Basta ver o número publicado pelo jornal, um caso entre tantos: depois de uma mera revisão, um contrato da Odebrecht com a Petrobrás caiu de 825 milhões para 344 milhões ( de dólares!). E o dinheiro que os delatores vão devolver ao Estado já chega a meio bilhão de reais. Isso é somente "a ponta do iceberg", como se diz. Quantos e quantos bilhões não foram embolsados para sempre, ao longo dos anos?
O pior é que o dinheiro que some no ralo não cai do céu, é claro: todo mês, religiosamente, sai do bolso do pobre do contribuinte - nós todos!.
E, em meio ao grande festival, acossado por todos os lados e saqueado pelos piratas do dinheiro público, o Brasil pede, com voz trêmula e assustada: "Quero meu dinheiro de volta! Quero meu dinheiro de volta! Quero meu dinheiro de volta!".

Posted by geneton at novembro 18, 2014 10:38 AM
   
   
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