novembro 28, 2015

DOSSIÊ GLOBONEWS: A PALAVRA DO PERSONAGEM DE UM DRAMA QUE CHOCOU O MUNDO: O ATAQUE AO ALOJAMENTO DOS ATLETAS ISRAELENSES NAS OLIMPÍADAS DE MUNIQUE

O DOSSIÊ GLOBONEWS traz, neste domingo, às 15:30,
o depoimento do personagem de um drama que chocou o mundo: o ataque de um comando terrorista palestino contra o alojamento dos atletas israelenses, nas Olimpíadas de Munique, em 1972 - uma cartada ousadíssima, surpreendente e, no fim, trágica.
A Alemanha queria transformar aquelas Olimpíadas nos "jogos da paz". A segurança na Vila Olímpica foi relaxada: os policiais alemães não portavam armas, por exemplo.
Uma cena marcante aconteceu na abertura dos jogos: o estádio aplaudiu os atletas israelenses - que participavam de um evento mundial justamente no país que, apenas três décadas antes, tinha sido cenário do horror nazista.

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Ninguém imaginava, mas o cenário estava aberto para uma tragédia.
Ao tentar libertar os atletas israelenses tomados como reféns, a polícia alemã cometeu uma série incrível de erros.
Um é inacreditável: as tevês estavam transmitindo, ao vivo, o desenrolar do sequestro. Dentro do alojamento dos atletas israelenses, os terroristas palestinos puderam ver, pela tevê, a movimentação dos agentes alemães que, no teto do prédio, preparavam a invasão. Deram o ultimato. A invasão foi abortada.
( se tal trapalhada tivesse sido cometida aqui no Brasil, certamente viraria piada mundial ).
Depois, numa série de trapalhadas no aeroporto, a operação para libertar os reféns israelenses terminou em carnificina: todos foram mortos.
A tragédia de Munique não terminou aí. O governo israelense autorizou uma operação secretíssima: os terroristas palestinos responsáveis pelo massacre seriam caçados onde estivessem. A maioria foi eliminada, em operações cinematográficas. A operação vingança foi batizada de "Ira de Deus". Não por acaso, terminou virando filme: o excelente "Munique", dirigido por Steven Spielberg.
Tive a chance de entrevistar, em 2007, em Munique, um dos agentes alemães diretamente envolvidos na tentativa de salvar os atletas israelenses tomados como reféns nas olimpíadas. Chama-se Heinz Hohensinn. A entrevista vai ao ar agora, em reapresentação, no Dossiê Globonews.
Num momento da entrevista, o agente alemão comete um gesto surpreendente: ficou ajoelhado - com as mãos em gesto de oração - diante repórter. Disse que estava repetindo, exatamente, o gesto de um dos terroristas palestinos: capturado em meio à carnificina no aeroporto, o terrorista implorou ao agente alemão para não ser morto. Não foi.
( o cenário era de horror puro: quando viram que tinham caído numa emboscada armada pela polícia alemã, os terroristas palestinos metralharam os atletas israelenses - que estavam algemados uns ao outros, dentro de um helicóptero. Depois, jogaram uma bomba. Os atletas morreram queimados e metralhados ).
Os "jogos da paz" foram marcados pelo derramamento de sangue.
Jim McKay, apresentador de um programa esportivo na rede americana ABC, disse uma frase marcante ao anunciar a tragédia de Munique:
"Quando eu era criança, meu pai me dizia que nossos melhores sonhos e nossos piores pesadelos raramente se realizam. Nossos piores pesadelos se realizaram esta noite. Todos os reféns foram mortos".
O agente alemão, na entrevista:

Posted by geneton at novembro 28, 2015 01:20 PM
   
   
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