janeiro 27, 2012

JOSEPH PETRO

AGENTES DO SERVIÇO SECRETO NÃO SAEM DE PERTO DO PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS – NEM NA HORA EM QUE ELE PRECISA FAZER UMA COLONOSCOPIA

A Globonews exibe neste sábado, às 21:05, no DOSSIÊ GLOBONEWS, uma entrevista exclusiva com o ex-agente do Serviço Secreto encarregado de trabalhar diretamente com o Presidente dos Estados Unidos.

Um agente do Serviço Secreto americano recebeu uma missão inesperada durante a festa da posse do presidente Fernando Collor de Mello, em 1990. Joseph Petro passou anos trabalhando diretamente na proteção do Presidente Ronald Reagan. Depois, recebeu a missão de proteger o vice-presidente de George Bush pai, Dan Quayle.

Quayle viajou a Brasília, para representar o presidente americano na posse de Collor. Fidel Castro era um dos convidados para a festa. O vice-presidente dos Estados Unidos fez um pedido ao agente do Serviço Secreto que o protegia: disse que não queria ser fotografado ao lado de Fidel. E agora ?

Diz o ex-agente:

“Tive uma experiência interessante no Brasil. Estive lá com o vice-presidente Dan Quayle, durante a posse do presidente Collor. Houve uma recepção à qual compareceram todos os chefes de Estado, inclusive Fidel Castro – de Cuba. Eu lembro de que o vice-presidente me disse que era importante que ele não encontrasse Fidel Castro. Eu deveria fazer todo o possível para mantê-lo longe de qualquer local próximo a Castro, de modo que eles não precisassem se cruzar. Porque a imprensa estava lá filmando tudo. Por questões diplomáticas e políticas, era importante não acontecer aquele encontro em público. Eu e outro agente ficávamos trocando o vice-presidente de lugar. Um ficava de olho em Castro, para garantir que eles estivessem em partes diferentes da sala a noite toda”.

Em entrevista exclusiva gravada em Nova York, Joseph Petro revela quais são as técnicas que um agente do Serviço Secreto usa para identificar suspeitos numa multidão. Descreve, também, qual é a diferença básica entre um agente do Serviço Secreto e um policial comum.

Em resumo: um agente do Serviço Secreto é treinado para não reagir instintivamente. Quando ouve um tiro, qualquer pessoa tem uma reação instintiva: fica agachada para se proteger. Se estiver armada, provavelmente apontará para a origem dos tiros. Quando ocorre o chamado AOP ( abreviatura em inglês de Ataque Contra o Principal ) – ou seja: um atentado contra o Presidente -, os agentes do Serviço Secreto reagem de uma maneira totalmente diferente. Em vez de se agacharem, eles se jogam sobre o Presidente, para protegê-lo e tirá-lo do local o mais rápido possível. Petro diz que quem analisar com cuidado as imagens do atentado contra Ronald Reagan distinguirá com toda clareza quem é agente do Serviço Secreto e quem é policial comum. A reação aos tiros é totalmente diferente.

Um detalhe: o Presidente dos Estados Unidos é obrigado, por lei, a ser acompanhado por um agente do Serviço Secreto assim que sair da Casa Branca. Queira ou não queira, o Presidente é obrigado a ter esta companhia – nem sempre desejável. Ao gravar a entrevista para a Globonews, Petro preferiu não usar a palavra “colonoscopia” diante da câmera. Mas acompanhou o Presidente Ronald Reagan quando ele submeteu a uma colonoscopia, um exame invasivo. Neste momento, tudo o que o agente pode fazer é disfarçar o constrangimento:

“O Serviço Secreto, por lei, deve proteger o presidente 24 horas por dia, onde quer que ele ou ela esteja. Há ocasiões – diz Joseph Petro – em que o presidente vai fazer exames em um hospital. E um agente deve estar presente! Quando o presidente Reagan foi ferido, Jerry Parr, que era chefe da segurança, passou a noite com ele no hospital, dentro da sala de cirurgia, enquanto ele era operado”.

Posted by geneton at 01:04 PM

janeiro 20, 2012

PRISCILLA JOHNSON MCMILLAN

MULHER QUE INTERROGOU ASSASSINO DO PRESIDENTE KENNEDY DIZ À GLOBONEWS QUE LEE OSWALD APERTOU O GATILHO PORQUE QUERIA ENTRAR PARA A HISTÓRIA

A Globonews exibe neste sábado, às 21:05, no DOSSIÊ GLOBONEWS, uma entrevista exclusiva com a mulher que teve a chance de interrogar longamente aquele que, pouco tempo depois, se tornaria um dos mais célebres assassinos da História: Lee Harvey Oswald, o homem que matou o Presidente John Kennedy.

Uma busca rápida na Amazon – a maior livraria virtual do planeta – indica que há 5.351 livros sobre o assassinato do presidente Kennedy. É uma obsessão americana.

Alguém já disse que é fácil explicar a existência de tantas e tantas teorias conspiratórias sobre o crime : é difícil imaginar que um homem fracassado, anônimo, desimportante e confuso possa, sozinho, tirar a vida de um Presidente jovem, bem-sucedido, carismático e popular. Mas pode. E foi o que aconteceu. Como a desimportância do assassino não combina com a dimensão da tragédia, os chamados “conspiracionistas” produzem, até hoje, todo tipo de teoria para dar um toque de grandeza à trama.

O novo livro de Stephen King, fabricante habitual de best-sellers, chama-se….”22/11/1963″. Aos que nasceram ontem: sexta-feira, 22 de novembro de 1963, foi a data em que o um ex-fuzileiro naval chamado Lee Oswald disparou três tiros contra a comitiva do Presidente Kennedy numa praça em Dallas, no Texas.

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(22/11/1963: o Presidente Kennedy desembarca em Dallas com Jaqueline. Meia hora depois, seria atingido pelas balas de Lee Oswald)

Jonathan Demme, diretor do filme “Silêncio dos Inocentes”, não perdeu tempo: já comprou os direitos para filmar o livro. O enredo não chega a ser original, mas deve garantir um bom filme de suspense: alguém descobre que uma universidade americana desenvolve secretamente uma experiência de viagem no tempo. Resultado: volta ao dia 22 de novembro. Tenta influir no chamado “curso dos acontecimentos”.

Já se perdeu a conta de quantas e quantas teorias conspiratórias foram arquitetadas para tentar explicar a morte de Kennedy. Autores sérios – como o advogado Gerald Posner, autor do excelente “Case Closed” – confirmam: todas as análises feitas até hoje comprovam, sem sombra de dúvida, que as balas que mataram Kennedy só podem ter vindo de um lugar, com exclusão de todos os outros - a janela do sexto andar do Depósito de Livros Escolares do Texas. É uma questão de balística. Todo o resto é hipótese sem comprovação prática.

As balas só podem ter saído de uma arma: justamente, o rifle que foi encontrado na janela. As ranhuras encontradas nas balas que atingiram o Presidente casam perfeitamente com o rifle. E o rifle pertencia a uma pessoa, sem qualquer dúvida : Lee Harvey Oswald. A história se fecha assim.

O promotor Vincent Bugliosi publicou há pouco um livraço de mil e tantas páginas chamado “Reclaiming History: The Assassination of President Kennedy”. Passou vinte anos pesquisando as circunstâncias do assassinato. Queria publicar o livro definitivo sobre o caso. Tive a curiosidade de ler os principais trechos. Bugliosi não deixa margem a dúvidas: Oswald foi o único atirador. Os que acreditam em teorias conspiratórias podem continuar imaginando todas as conexões possíveis, mas os fatos são indesmentíveis: Oswald disparou três tiros contra o carro do Presidente. Acertou dois. Ponto final.

A BBC de Londres produziu um documentário chamado “Kennedy Assassination : Beyond Conspiracy”, encontrável, aliás, no You Tube, como quase tudo que se produz no planeta…O documentário prova - com tecnologia de hoje - que Oswald foi o único atirador.

O fato de Oswald ter sido assassinado dois dias depois, diante das câmeras de TV, por Jack Ruby, dono de boate revoltado com a morte do Presidente, só serviu para alimentar a torrente de teorias. De novo: jamais alguém conseguiu provar consistentemente a existência de vínculos entre Jack Ruby e a Máfia, por exemplo.

Justiça se faça: há teorias conspiratórias que fazem todo sentido. O problema é que pesquisadores sérios não podem ( nem devem ) se deixar levar pelas tentações da imaginação. Um exemplo: uma das mais recorrentes teorias diz que Kennedy planejava promover, no final de 1963, uma redução do número de tropas americanas deslocadas para o Vietnam. A intenção de Kennedy foi descrita num documento. O chamado “complexo industrial-militar” não teria gostado nada da ideia porque perderia bilhões de dólares. Indústria armamentista vive de guerra. Resultado: a mão invisível do tal “complexo industrial militar” teria tramado o assassinado do Presidente. Faz sentido ? Faz. Mas, uma voz impertinente pergunta, para silêncio geral: cadê as provas ?

O diretor Oliver Stone assume esta teoria conspiratória, no filme JFK. É um bom filme de “suspense”. Em alguns momentos, é arrebatador, como na cena do assassinato. Não por acaso, ganhou o Oscar de melhor montagem. Mas não se segura como documento histórico, porque apresenta como verdade consumada aquilo que é, na melhor das hipóteses, uma teoria discutível.

O irmão de Lee Oswald, Robert Oswald, resolveu parar de falar sobre o caso. Incomodei-o por telefone. O homem poderia ter desligado na hora por ter sido importunado pela enésima vez. Mas foi razoavelmente atencioso. Deu-se ao trabalho de dizer que - de uns anos para cá – resolvera guardar silêncio sobre o irmão . Já dissera e repetira que não tinha dúvidas de que Oswald agira sozinho. Numa gravação para a TV americana, disse que “se houve alguma conspiração, foi dentro da cebaça de Lee” . Ainda assim, Robert Oswald pediu que eu escrevesse dizendo o que eu queria. A mensagem – um pedido de entrevista - ficou sem resposta.

2013 vai marcar os cinquenta anos da morte de Kennedy. Vem aí uma torrente de livros, além do filme de Jonathan Demme. A obsessão continua. Mas tudo que tinha de ser investigado já foi. Não há crime que tenha sido tão esmiuçado. Cada metro quadrado da Dealey Plaza foi vasculhado. Cada frame de cada filme foi dissecado. E nada: ninguém nunca conseguiu provar que houve outro atirador, além do solitário Oswald, escondido na janela do sexto andar.

Gravei em Boston uma entrevista com Priscilla Johnson McMillan, a mulher que teve a chance de interrogar longamente Lee Oswald, em Moscou, na época em que ele tentava conseguir uma cidadania soviética. Tempos depois, ele se tornaria um dos mais célebres assassinos da História. Resultado: Priscilla virou fonte importante de consulta sobre Lee Oswald. Porque pode dar um depoimento pessoal sobre ele. Priscilla foi ouvida pela comissão que investigou o assassinato do presidente. Terminou escrevendo um livro, hoje esgotado, objeto de desejo de colecionadores : “Marina & Lee” . Priscilla Johnson ficou amiga íntima da viúva de Lee Oswald, uma russa chamada Marina, fonte fundamental para o livro.

Por uma grande coincidência, ela tinha trabalhado com o então senador John Kennedy. É a única pessoa que conheceu tanto o Presidente quanto o assassino. Historiadora e jornalista, Priscilla já publicou livros sobre outros temas, como o ex-líder soviético Nikita Kruschev. Mas nada ocupa tanto suas atenções quanto a história daquele ex-fuzileiro que subiu ao sexto andar do Depósito de Livros, com um rifle camuflado, disposto a sair de uma vez por todas do anonimato.

Trechos da entrevista de Priscilla Johnson McMillan para a Globonews, em que ela dá pistas sobre o homem Lee Harvey Oswald :

“Marina – com quem conversei por vários meses - me contou que ela e o marido falavam muito sobre os Kennedy. Falavam sobre os filhos e as ideias de Kennedy. Oswald parava para ouvir quando Kennedy falava no rádio. Os Oswald não tinham televisão em casa. Marina me contou que tivera em Minsk, na Rússia, um namorado que se parecia com Kennedy. E ela mantinha na mesa da sala de estar, nos EUA, uma foto de Kennedy, tirada da revista “Life”, para se lembrar do namorado. Logo no início de 1963, ela escreveu ao ex-namorado dizendo: “Eu me arrependo de ter casado com Lee Oswald. Queria ter casado com você.” Mas Oswald interceptou a carta… Depois de visitar Oswald na prisão, quando ele foi preso por matar o policial Tippit e, possivelmente, por matar o presidente, Marina viu que ele parecia muito arrependido. Ela me disse: “Eu vi a culpa em seus olhos”. A irmã do presidente Kennedy, Eunice, uma vez me perguntou: “Por que Oswald odiava tanto meu irmão a ponto de matá-lo”? Tive que responder: “Oswald gostava do seu irmão. Gostava de Jacqueline Kennedy.” Mas havia vários aspectos de Kennedy que faziam com que Oswald quisesse se parecer com ele. Kennedy era um escritor com livros publicados. Oswald queria ser escritor. Kennedy era um oficial da marinha que lutara na Segunda Guerra Mundial. Oswald fora fuzileiro naval, mas fora rebaixado duas vezes do posto de cabo para o de marinheiro. Kennedy era um grande herói. Oswald gostaria de ser um. Como o presidente, Oswald era casado e tinha dois filhos. Havia semelhanças. Oswald lia bastante sobre Kennedy. Discordava de algumas de suas políticas, mas concordava, principalmente, com a dos direitos civis. Havia,então, esse apreço. É preciso se importar e gostar de uma pessoa antes de odiá-la a ponto de querer matá-la”.

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(Lee Oswald: cem por cento dos estudos sérios o apontam como único atirador)

“O maior motivo pelo qual Oswald matou Kennedy foi entrar para a História. Depois que Oswald saiu da minha sala, - já era tarde da noite -, sentei à minha escrivaninha e escrevi um artigo sobre ele. Eu levei a história no dia seguinte ao Telégrafo Central de Moscou, onde a imprensa ocidental submetia seus artigos ao censor. Entreguei meu artigo, mas o censor não cortou nada. Perguntei a Oswald que vida ele levaria se ele tivesse que voltar aos EUA. Oswald me disse: “Minha mãe trabalhou a vida toda. É um bom exemplo do que acontece com trabalhadores nos EUA.” Oswald achava que se tornaria apenas um trabalhador comum e teria uma vida horrível, como ele achava que a mãe tinha nos EUA”.

“Marina me contou que Oswald não teria cumprido ordens, não teria participado de uma conspiração. Se alguém lhe dissesse para atirar em outra pessoa, ele se recusaria pelo simples fato de que alguém mandou que o fizesse. Oswald resistia tanto a receber ordens que não teria atirado em ninguém se alguém o mandasse fazer algo assim. Teria feito o contrário”

Posted by geneton at 01:10 PM